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terça-feira, 12 de abril de 2011

Coqueiro Seco – AL



A história conta que alguns anos depois chegaram à região, vários missionários da ordem dos franciscanos, que se encantaram com a topografia do lugar, que apresentava planos altos e baixos, mudando sua denominação para Monte Santo. Acostumados com o antigo nome da cidade, os habitantes ignoraram os franciscanos e mantiveram o nome de Coqueiro Seco.

O único registro histórico encontrado diz respeito à construção da igreja revestida de azulejo português e um grande pátio, que continua até hoje como a matriz da padroeira, Nossa Senhora Mãe dos Homens, construída no século XVII pelo português José Cabral. No censo realizado em 1950 pelo IBGE, Coqueiro Seco foi mencionado como vila de Rio Largo, com a população de 1.667 habitantes.

Quando Satuba foi elevada à condição de município autônomo em 20 de agosto de 1960, Coqueiro Seco passou a pertencer a seu território, ainda como vila. Apenas em 1962, a cidade foi emancipada politicamente, instalando oficialmente sua autonomia administrativa em 24 de novembro, por meio da lei 2.463, de 23 de agosto de 1962.

Coqueiro Seco tem na Lagoa Mundaú com área de 23 km² e 4 km de extensão, em linha reta, até Maceió seu maior acidente geográfico e sua principal atração turística. As histórias de pescadores contadas pelos antigos também são atração à parte. Destaque também para a tradicional festa da padroeira, realizada no mês de janeiro (31 de janeiro ou no último domingo deste mês) e os grupos folclóricos.

Localização

Localizada na parte central da faixa litorânea do estado de Alagoas, inserida na mesorregião do leste alagoano e microrregião de Maceió, o município de Coqueiro Seco estende-se por uma área de aproximadamente 40,4 km², o que corresponde a 0.145 % do Estado, 0.0026 % da Região e 0.0005 % de todo o território brasileiro. Limita-se: ao norte com o município de Santa Luzia do Norte; a oeste e sul com Marechal Deodoro; e a leste com Maceió e Lagoa Mundaú, que dá acesso ao Oceano Atlântico através de um complexo de ilhas na sua foz junto ao Pontal da Barra. O riacho do Remédio faz o limite entre os municípios de Coqueiro Seco e Marechal Deodoro, sendo do lado coqueirense o povoado Cadóz e do lado de Marechal Deodoro o povoado de Santa Rita.

Lazer

Há boates e danceterias, bares na orla lagunar, onde se pode desfrutar da brisa da lagoa e da visão de parte da capital alagoana; além do tradicional campo de futebol do time Z-3 (homenagem à colônia de pescadores), dos campos dos bairros e do riacho do Remédio, local de águas claras e cercado da Mata Atlântica.

Suas atividades turísticas vêm se desenvolvendo a cada ano, já podendo ser encontrado em roteiros turísticos o admirável passeio de lancha ou de canoa pela Lagoa Mundaú e pelos canais de acesso a Lagoa Manguaba e o Pontal da Barra, local de encontro entre as lagoas e o mar.

Além de todo o atrativo natural, a cidade conta também com uma grande festa, da Padroeira Nossa Senhora Mãe dos Homens, realizada todos os anos no mês de Janeiro, do tradicional encontro futebolístico entre os times do Z-3 e Volta Redonda, entre esses e alguns times da capital como o CSA, CRB e Corinthians Alagoano nas tardes de domingos; sem esquecer sobretudo da população hospitaleira, que está sempre pronta a receber seus visitantes de braços abertos e os fazerem sentir-se em casa.

Patrimônio histórico e cultural

Igreja de Nossa Senhora Mãe dos Homens

A igreja de Coqueiro Seco, sob a invocação de Nossa Senhora Mãe dos Homens, foi fundada pelo Pe. Bernardo José Cabral (†1814), com licença do bispo de Pernambuco D. Diogo de Jesus Jardim (2 de setembro de 1790). Em 2 de março de 1791 obteve o pároco da então freguesia autorização para benzê-la e nela celebrar missas. Em 21 de julho desse ano, deu-se a concessão de quarenta dias de indulgência a todas as pessoas que, em presença da imagem da santa, rezassem uma Salve-Rainha; e assim foram iniciados os trabalhos clericais.

Em 4 de setembro de 1805, o Núncio Apostólico, em Lisboa, concedeu cem dias de indulgência para quem rezasse na capela e outros cem dias para quem rezasse sob a imagem de Bom Jesus dos Remédios um Padre Nosso, uma Ave Maria e um Gloria Patri pelo Papa, pela exaltação da Igreja e pelo bem espiritual e temporal da Rainha D. Maria I e do Príncipe Regente D. João. A capela, filial da freguesia de Santa Luzia do Norte, ficou conhecida pelas suas imagens, sobretudo pelo presépio da Divina Pastora. O fundador da igreja soube incentivar a formação de um grupo de diaconisas sujeitas a votos de pureza; mesmo após a extinção da instituição, essas religiosas levaram à frente a tarefa de manutenção do decoro do culto e promoção de brilhantes festividades.

Há relatos históricos da passagem do Imperador D. Pedro II entre o final de 1859 e início de 1860, na sua viagem pelas províncias do nordeste, por Maceió e comunidades circunvizinhas. Dentre os locais visitados por D. Pedro II está a freguesia de Coqueiro Seco e a sua igreja de belos azulejos portugueses e objetos de Relíquia Sacra.

O N° 5 da Revista do Instituto Archeologico e Geographico Alagoano (1874) publicou artigo de Nicodemos de Souza Moreira Jobim (1869) sobre a igreja do Coqueiro Seco com notícia a respeito da música de sua principal festa:

"D'entre as festas que religiosamente fazem as pessoas dedicadas ao culto sobresahe a da Pureza, especial padroeira das donzellas, cantada em côro por mais de vinte e por música propria. As pessoas que assistem a essa simples devoção trina na última dominga de junho jamais se esquecem dos effeitos que produzem nos corações dos fieis tão piedosos, quão maravilhosos cantos. Por essa veneração se conserva um cirio aceso em todos os actos divinos, posto em grande castiçal na cappela-mor sobre alcatifas."

A festa de Nossa Senhora Mãe dos Homens permanece ainda hoje sendo uma das mais significativas festas religiosas de Alagoas. Na procissão dessa festa atua hoje a banda de música da Sociedade Musical Professor Francisco de Carvalho Pedrosa e tem por ápice os tradicionais fogos pirotécnicos na lagoa e na fachada da igreja sob a forma de cascata reluzente.

Santuário de Nossa Senhora dos Remédios

A Igreja de Nossa Senhora dos Remédios é uma relíquia dos idos dos anos 1850, construída em plena Mata Atlântica, próximo às margens da Lagoa Mundaú e do riacho do Remédio, no povoado do Cadóz.

Trata-se de uma Relíquia Sacra, uma obra ímpar que, pelo seu valor histórico, religioso, arquitetônico e, especialmente, pela grandiosidade da massa humana que cultua a fé há mais de cento e cinquenta anos, não podia desaparecer e, para tentar reverter o quadro de que se encontrava praticamente destruída pela ação da intempérie, dos cupins e dos morcegos o Instituto Arnon de Mello coordenou a restauração integral da igreja em 2005.

Toda a sua estrutura estava danificada, sem que houvesse a menor manifestação dos poderes públicos para evitar a extinção total daquela Igreja consagrada como Milagrosa.

Os dois altares que ainda existiam se encontravam totalmente apodrecidos (um terceiro havia sido incendiado) foram desmontados, peça por peça, e levados para São Paulo, entregues ao renomado restaurador Roberto Mitsuchi que realizou um magnífico trabalho, devolvendo as peças (agora os três Altares originais), magnificamente restaurados.

Os trabalhos que haviam iniciado no final do mês de março de 2005 foram totalmente concluídos no mês de julho, daquele ano, quando novamente foi inaugurada aquela Igreja, agora, um verdadeiro Santuário, objeto de admiração de todos que ali vão visitar.



Travessia de barco na lagoa Mundaú entre Coqueiro Seco e Maceió

Rotina dos moradores de Coqueiro Seco que trabalham em Maceió, a lancha que atravessa a lagoa Mundaú oferece um belo passeio entre a pequena cidade e a capital na margem oposta.

O ponto de partida é um pequeno porto situado numa pracinha na orla da lagoa onde a partir das 5:00h da manhã começa a maratona diária da lancha Sara, que leva e traz o pessoal até às 18:30h.

Todos os dias o barco parte lento navegando entre as canoas de pescadores e as caiçaras. O piloto conduz a embarcação com muita destreza e sem muita preocupação com o tráfego. Aos poucos a paisagem simples da cidade vai ficando para trás, dando lugar ao verde das matas existentes nas margens e à água turva da lagoa. O som constante do motor e o suave deslizar da madeira sobre a água fazem o passageiro se tranqüilizar e curtir a paisagem.

Aos poucos Maceió vai mostrando seus contornos. A viagem de cerca de meia hora termina num pequeno porto que fica na orla do Dique Estrada, próximo ao quiosque da polícia, no bairro da Levada em Maceió.

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